Por que relembrar faz bem!

Resultado de imagem para passadoHoje parei para lembrar coisas que me fazem lembrar o que é viver...
Acompanhando em lembranças cheguei a conclusão de que hoje as pessoas não vivem bem...
Na minha época, não muito distante, era tudo muito diferente. Creio, que minha geração foi a ultima a ter o gostinho do que era viver de verdade.
Me lembro de quando ainda existia o sentimento inédito e inocente de um olhar. As amizades elas eram mais puras, verdadeiras e sem nada em troca, a não ser uma bela de uma gargalhada. Se a companhia lhe fizesse bem já era o suficiente, pois nós ainda sabíamos ouvir umas as outras.
E os amores então... Não tenho palavras para descrever.
Me lembro de que minha paixão se sentava atras de mim pela sorte do alfabeto, e como antes tínhamos um enorme respeito pelos professores, tal respeito que virava amizade, que eles permitiam que minhas amigas da época se sentassem do meu lado mesmo que seus nomes começassem com K ou B. 
Nossas paixão eram fortes, poderiam não ser duradouras, mas eram fortes e sempre tinham uma encantamento em cada fim. Nunca uma guerra ou uma briguinha fútil como hoje, onde meninas e meninos se tragam uns aos outros por tão pouco.
Nossas maneiras de amar eram limpas e puras, daquelas que esperava o intervalo para poder deixar um simples "adoro seu sorriso" anotado num papel dentro do caderno do amado. Era tão mais fácil apenas se virar e dizer isso a ele, porém não era nossa vontade plena. Uma que tínhamos certa vergonha (coisa que não tem existido muito nessa era, hoje muito descarado).
Não tínhamos dinheiro fácil, então as vezes guardávamos o dinheiro do lanche para comprar pirulitos que custavam uma fortuna de 0,25 centavos, para poder ter um motivo de olhar para trás e oferecer um ao amado.
Acho que antes os amores não eram tão possessivos, eles nos faziam chorar, sorrir pelo sorriso de longe, mas aceitávamos calados quando percebíamos que nos encaixávamos no tal "amor platônico".
Mas não é só de amor que passei minha vida atras..... E não é só do amor de hoje que noto diferença das eras.
Antes, mesmo não podendo comemorar "festa junina" eu adorava ir nas festinhas de escola. Por que elas eram muito bem elaboradas. 
Tinham danças, pula pula, correio elegante (e olha que quem entregava, sabia cada nome, de cada aluno, e da cada sala de verdade!). Tinha aquela conquista de comprar fichinha pra tomar refrigerantes ou jogar na pesca, com direito a um bom brinde.
Sem contar que fazíamos rodinha de violão com quem sabia tocar e com quem simplesmente veio para ficar feliz. Tínhamos competições de hip hop entre salas, mas que nunca acabavam em pancadaria.
Suspiro ao lembrar da coisa que eu mais amava, o torneio de futebol entre salas de homens e de MULHERES. 
Resultado de imagem para jogar bolaClaro que na minha época também tinham as meninas "fresquinhas" que só estavam no time por obrigação, mas no fim sempre sobravam os melhores times. E sabe o que era mais legal, esse era o tempinho em que eu "A Goleira", na hora das cobrança de pênaltis, mesmo com toda tensão, tinha a atenção do menino que amado.
Eu errava um, pegava outros, e na ultima e decisiva cobrança eu respirei fundo e olhei para o lado. Ele me olhou com aquele olhar de "Ai meu Deus será que vai?". E não foi! Perdi e chorei. 
Mas sabe o mais legal?
Voltando pra sala toda triste e suada, alguém passa por mim com uma ombrada e diz " Fica assim não, você foi bem, não ganhou mas eu ganhei por você!". Na hora ele estava me "zuando", mas eu fiquei muito feliz, porque ele tinha ganhado, eu tinha visto todos os meus amigos maravilhosos e brincalhões na maior felicidade, porque tinha ganhado. Ver a alegria da minha sala por um simples campeonato que nem troféu tinha já era o suficiente, pois a sala ganhava o respeito da escola e eles claro, uma "moralzinho" com as meninas.
Eles gostavam dessa moral, porém na hora o que mais importava era ganhar na raça para não sair na base de chacota. 
E falando em chacota, antes não tinha essa uma brincadeira ser levada tão a serio, e quando era seria os próprios amigos defendiam. Ruim era quando essas defesas partiam para o braço. Porém ia vai mais uma diferença. Briga que era briga, não tinha arma, e era mano a mano. Um por um e não poderia ter covardia. Enfim, era diferente.
Você sabe o que é ter uma infância de sair na rua e jogar peteca descalça com os primos sem hora para entrar, ou escrever uma carta a próprio punho e descobrir o endereço do remetente, ou pagar cara por um torpedo e passar a madrugada conversando com um garoto especial, ou simplesmente dar um abraço na tia da cantina, e contar para a professora o quanto você gostada do garoto de trás?
Se você já fez isso, se você ainda se lembre e  sabe o que é isso.... Preserve! Pois você pode ser uma das pessoas da ultima geração que soube o que foi viver de verdade e intensamente cada momento.


  

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